Segunda-feira, 26.10.09

Dilema

Hoje surgiu mais uma vez a discussão sobre o que é ser médico. Sempre que penso nisto, lembro-me de uma conversa que tive com um colega, especialmente de uma frase que ele disse, e me deixou a pensar: "Ser médico é uma profissão como as outras". É? Ou será diferente?

  A lógica diz-me que sim, é apenas um profissão. Mas a sociedade diz o contrário. Somos tidos como uma "elite", com capacidades suprahumanas, mas somos de igual modo pessoas. Fazemos o nosso trabalho, recebemos por isso, e vamos de igual modo, ao fim do dia (ou ao nascer...) para casa, representar o nosso papel nesta vida.

  Outra questão impoe-se: os médicos aproveitam-se das doenças, ou melhor, elas são a nossa profissão, a desgraça dos outros é o nosso ganha-pão.

  Há algo de errado em enfrentar a Medicina apenas como uma profissão? Somos piores pessoas por usufruirmos, ainda que de certo modo indirectamente, do mal dos outros? Segundo um dos meus assistentes, a questão é simples: "Ou vocês irão ser médicos num hospital (lucrando com as doenças) ou vão para África, ser médicos sem-fronteiras..."

  Ontem, após ter visto a Grande Reportagem da SIC senti aquele apelo a fazer o bem, a dar tudo o que temos pelos que menos têm, e partir, tentando melhorar uma pequena parte do mundo.

publicado por Rita Matias às 23:24 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 25.10.09

Uma hora, meu caro. Não me dás mais um bocadinho, Sr. Tempo?

  Esta foi talvez a pior semana que tive até agora por terras de Lisboa. As saudades já estão a começar a bater fundo, mesmo. E nem mesmo a perspectiva da minha vinda antecipada me alegrava. Nem me quero lembrar de segunda, foi daqueles dias que só queria mesmo voltar para casa, em que não sabia minimamente o porquê de ter ido ali parar e não queria continuar, mesmo.

  Mas eu sei que isto é apenas o começo. E isso, assusta-me.

 

  Tenho saudades das minhas miúdas, dos nossos risos, das nossas gargalhadas, das conversas, dos abraços, das lágrima. Tenho saudades e pronto. E pior que tudo, é possível ter saudades de algo que nunca se teve, ou melhor, pseudo-saudades. Tenho saudades de horas iguais à de sexta, sim, porque uma hora conseguiu desmoronar a melancolia de uma semana. Bastou juntar um pouco de dois factores: pessoas perfeitos em lugares eternos.

 

  Amanhã lá vou eu outra vez para a cidade. Não me sinto mal, mas aquilo não é definitivamente o meu lugar. O meu coração é serrano, e serrano será.

 

  Agora o melhor é ir deitar-me, pois ainda não dormi como deve de ser este fim-de-semana. Isto de acordar as 9 num sábado é para escravos...

publicado por Rita Matias às 01:36 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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