Ponto de Situação
Tenho vontade de escrever. Sinto a falta daquela certeza diária, de sentar-me defronte ao computador e exercitar os dedos. Em parte é por isso que aqui estou agora.
Por outro lado tenho vontade de desabafar, de exprimir-me. Demasiados sentimentos preenchem-me nestes tempos que correm. Uns mais contraditórios que outros, alguns a evocarem sonhos passados e outros as melhores lembraças. Ando algo na lua, mas sobretudo sensivel.
Demasiadas vezes deparo-me com o mesmo dilema. O problema é meu ou dos outros? Sinto-me sozinha, posta de parte e não sei como atacar este problema. Estou farta de dizer a mim própria que sou eu, que tenho de melhorar o meu feitio. Estou saturada com essa conversa. E depois vêm as consequências. Deixo o sentimento de ausência instalar-se... E agora, que tudo parece voltar ao normal, olho para estes últimos dias e não consigo tirar nenhuma conclusão.
Tenho medo e não e importo de o dizer bem alto. Tenho medo por mim, pelos meus pais, pela minha família. Tenho medo deste ano, e não por causa das mudanças que vão ocorrer, mas sim por aquela que nunca mais chega. Quando irá abrandar esta crise? Quando teremos alguma paz? Tenho medo que seja já tarde demais.
Faltam duas semanas. Daqui a quinze dias estarei numa qualquer rua de Benidorm provavelmente a passar uma boa noitada com os meus amigos. Ansiosa? Sim! Curiosa? Sim! Melancólica? Também. Olho para o caminho que percorremos e pergunto-me se será possível manter alguma da nossa união com o decorrer dos anos. Era óptimo ter uma bola de cristal...
E no meio disto tudo as ideias tomam forma. Repito: tenho vontade de escrever. Mas agora quero superar-me.
A que sabe a Vida sem luta?